GOETHE: "Muito frequentemente, no curso da vida, enquanto caminhamos com a maior segurança, observamos, de repente, que caímos em erro; que estamos prevenidos em relação a certas pessoas e a certas coisas; que sonhamos com elas relações que subitamente se desvanecem, quando abrimos os olhos. Entretanto, não podemos livrar-nos; encandeia-nos um poder que nos parece impossível. Contudo, algumas vezes conseguimos reconhecer-nos perfeitamente e compreendermos que um erro, assim como uma verdade, pode dispor e impelir à actividade. E como a acção é decisiva em toda a parte, de um erro que age pode resultar algo de excelente porque o efeito de toda a obra acabada se estende no infinito. Por isso, a produção é seguramente sempre o que há de melhor, mas a destruição não deixa, porém, de ter felizes consequências.
"O erro mais espantoso é o que o que se refere a nós mesmos e às nossas forças; que faz com que nos consagremos a uma bela obra, a uma honrosa empresa, além do nosso alcance; que visemos a um fim que jamais atingiremos. É ao mesmo tempo o suplício de Tântalo e de Sirifo, e nós sentimo-lo com tanto ou mais de amargura quanto mais leais eram as nossas intenções. E, no entanto, quando nos vemos afastados, para sempre, do nosso fim, sucede, muitas vezes, que já encontramos no nosso caminho outro objecto desejável, alguma coisa feita pela nossa medida e na qual as nossas disposições nos fazem tornar ao nosso contentamento."
Postado por Daniel Costa
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