segunda-feira, 7 de setembro de 2009

meditando

Nau dos Corvos, ponta do Cabo Carvoeiro, cidade de Peniche, à vista da Ilha Berlenga

CONDE D'OXENSTIERN: "O homem sem dinheiro é um corpo sem alma, um morto ambulante, um espectro que mete medo. O seu andar é triste, a sua conversação fria e pesada. Se quer visitar alguém, nunca o acha em casa, e se abre a boca para falar, interrompem-no a cada instante, a fim de que não possa terminar um discurso, que se receie acabe pedindo algum dinheiro. Foge-se dele como de um empestado, é considerado como um peso inútil sobre a terra. Se tem talento, não o pode desenvolver, e se não tem, é olhado como um terrível monstro bípide, que a natureza produziu nalguma ocasião em que estava da mau humor. Os seus inimigos dizem que não tem préstimo nenhum, e os mais moderados sobre este assunto começam o seu elogio encolhendo os ombros. A necessidade acorda-o pela manhã, e a miséria acompanha-o à noite para a cama. As mulheres acham que tem má figura; os donos das casas em que está alojado, querem que se sustente do ar como o camaleão; os alfaiates que se vista como os nossos primeiros pais, com folhas de figueira. Se quer fazer alguma reflexão, não se lhes presta atenção, e se espirra, faz-se que se não ouve. Se precisa de alguma coisa de qualquer loja, pede-se-lhe primeiro a sua importância, e se tem alguma dívida, passa por caloteiro."


Postado por Daniel Costa

6 comentários:

Andresa Ap. Varize de Araujo disse...

Meditando profundo na realidade de nosso mundo hoje. Infelismente não somos nada sem o dinheiro.

Ele nao pode comprar a vida, mas sim pode nos trazer conforto e felicidade.

Um grande abraço
Andresa Araujo

Pensador disse...

Triste verdade, esta. O dinheiro molda a forma como somos vistos, mais que tudo o que possamos ter de bom ou de ruim.

RENATA CORDEIRO disse...

Infelizmente, de nada adiantam utopias. No mundo em que vivemos, o pós-moderno, o capitalismo triunfou. E quem não tem dinheiro, nada tem. Mas tampouco que padece de pouca saúde não tem amigos, os amigos fogem, nunca mais ligam para saber se a pessoa melhorou, se passa bem ou mal. E quando ligam, recebem a notícia da sua morte, cujo enterro já foi há tempos.
Beijos, querido amigo, espero publicar o poema à tardinha, pondo (II),

Cleo disse...

É verdade, mas acho horrível isso de saber que a gente vale o quanto tem no bolso, mas é mesmo a realidade. mas enfim...
Um bom término de semana prá ti.
Beijos!
Cleo

Val Du disse...

O dinheiro manda!
Mas quem manda em nós?
Lá no fundo de nossas almas podemos ser incorruptíveis.

Mas, o mundo tal como é: aí está retratado... dinheiro=poder.

Beijos

poetaeusou . . . disse...

*
Daniel,
cheira a
Amigo de Peniche,
será ?
,
abrço,
,
*